Cultura, um bem que nem todos visionam


A identidade de um povo mede-se pelo nível cultural. Vivemos num Concelho que tem maltratado a cultura e que não soube inovar o suficiente, fazendo deste bem, um atractivo económico e espelho de modernidade e bem-estar. Quando mais, bastaria olhar para o lado e perceber que o Bombarral, sendo rodeado de outros Concelhos que fortemente têm investido na cultura, só tinha mais “dar ao pedal” para não perder o pelotão e os líderes, sinónimo de conseguir acompanhar os tempos. Pergunta-se porquê? Não aceito que a resposta seja que a Câmara não tinha dinheiro…

Atrevo-me afirmar que a cultura, efectivamente, nunca foi prioridade. E aqui é altura de ir ao problema de fundo. Quem foi o responsável pelos destinos culturais deste concelho? Já sem contar com os 16 anos de PSD, durante 8 anos, tivemos a mesma pessoa responsável pela Cultura ausente, amorfo, pouco participativo e nada visionário. Nesta altura, não será demais questionar, o que será do Bombarral com um PSD autárquico ou ainda questionar porque continuar a acreditar nas pessoas que tiveram oportunidade de trabalhar nestas áreas durante 16 anos?

Á volta, outros municípios, tiveram pessoas de certo modo visionárias, que perceberam o quão importante é fazer chegar espectáculos às populações. Perceberam que a cultura é uma âncora económica para o concelho. Obidos, fez dos eventos e espectáculos a catapulta para dinamizar a vila, o concelho, atraindo pessoas ao comércio, ajudando indirectamente as colectividades, gerando sustentabilidade e economia. Alcobaça, fez dum Cineteatro uma sala alternativa a Lisboa. Criou a sua identidade cultural, e a sua qualidade, variedade, e inteligente promoção, conseguiu afirmar-se positivamente nesta área.

Por sua vez, Caldas da Rainha, não se retraiu. E percebeu que sem cultura, a cidade perde a sua identidade, deixando de ser atractiva a forasteiros; deixando de ser apelativa para viver e fixar gentes. Em 2 anos recuperou o atraso na área cultural. O CCC apareceu para colmatar um vazio cultural, provando que havia espaço para se fazer mais e melhor. A sua diversidade de agenda cultural conseguiu cativar o público que se desloca cada vez mais aquele belíssimo espaço.

E foi no CCC que várias vezes que encontrei lá pessoas do Bombarral a assistir a espectáculos. É por estas e por outras, que comprovo que há espaço “Cultural” no Concelho do Bombarral. E se à volta há bons exemplos, vamos tirar partido disso: Olhemos para os bons espaços que temos no nosso Concelho e vamos usa-los!

É forçoso ter alternativas criativas. É forçoso renovar as ideias, tornar este concelho moderno, dar oportunidade a novas mentes e ter pessoas com capacidade para olhar à nossa volta e perceber o que passa. Estar presente, ser participativo, ser inovador, ser visionário, efectivamente perceber o que estamos a perder e o que se pode fazer.

E se em 16 anos não foi feito, é altura de ser feito agora. Aposto numa verdadeira mudança!

3 comentários:

  1. Olá Anabela

    Este é sem dúvida um dos pontos mais graves da inércia em que o Bombarral tem mergulhado nos últimos anos. O Teatro Eduardo Brazão é um espaço de cultura lindíssimo, com capacidade para 350 lugares, constituído por uma plateia e frisas de camarotes laterais no rés-do-chão e frisas de camarotes no 1º e no 2º piso. Possui também um salão nobre e fosso de orquestra.
    Edificado durante o início do século XX, foi inaugurado a 27 de Fevereiro de 1921.
    É lamentável para este conselho que o Teatro Eduardo Brazão não seja mais explorado e é igualmente lamentável que a cultura não seja mais desenvolvida no Bombarral. A cultura é o alimento da alma de um povo e a cultura de um povo é um tesouro inesgotável, da cultura sai um ensinamento que encanta novos e velhos.
    Espero que com a nova aposta para mudar o Bombarral, através do Dr. Jorge Gabriel e da Dr. Anabela Sá, o Bombarral consiga sair do marasmo em que tem vivido também a nível da cultura nestes últimos anos.

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  2. "A identidade de um povo mede-se pelo nível cultural."

    Ou não fossem os países mais evoluidos da europa aqueles que têm também o maior nível de cultura... Será coincidência??? Não me parece...

    Sabemos importar todo o tipo de ideias futeis, Big Brother, quintas disto, quintas daquilo, novelas, etc... mas o conceito de aposta na cultura que esses paises fizeram e fazem, isso não sabemos nós importar. Porquê? Porque não vende revistas, porque não cria polémicas, porque não dá lucro... e é muito fácil seguir este caminho... o caminho da ignorância.

    A fórmula é muito simples:
    educação + cultura = evolução

    e este é o único caminho que existe

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  3. Há estranhas coincidências. Também eu nasci no distrito de Castelo Branco e também eu escolhi este concelho - embora com passagem de 40 anos por Lisboa - para, provável, última residência. Em boa hora o fiz. O Bombarral tem o espírito da paz que qualquer pessoa ambiciona e um ar muito especial de pura terra que se gosta de respirar. Mas, tal como na nossa casa, ansiamos por aquele toque, nunca final, de magia, que nos fará usufruir do nosso espaço de um modo (ainda) melhor. E, é sabido, no Bombarral muito há a melhorar. Penso que, de um modo geral, o local onde me sinto bem proporcionará uma estadia de prazer para os outros. E é com essa convicção que lhe digo poder contar comigo para, com bom-senso e luminosas discussões, tentarmos fazer desta simples terra uma terra apetecível.
    Conhecemo-nos já, mas pouco. No entanto, deixo aqui outro desafio: a vontade de fazer bem não se esgota na política e, por isso, mesmo que nesse âmbito os resultados não sejam os esperados, nada a impede de continuar a sua luta. Para a qual reitero a minha disponibilade para a ajudar no que puder e souber.

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