2011 vai ser um ano dificil e continuamos a ter orçamentos irreais!

Mais um orçamento foi aprovado por maioria absoluta (PSD). Não consigo compreender como é que se aprova um orçamento deste tipo de consciência tranquila...

Aquando da apresentação do Orçamento para 2010, o Sr. Presidente da Câmara afirmou, que o ano 2010 seria o ano de contenção nos gastos e na Despesa Corrente. Tendo dito que a mesma reduziria 25%. Não foi isso que se viu. Aprovou-se um orçamento em 2010 fictício, irreal com as receitas empoladas. E agora vê-se as consequências:
• Aumento no último ano em cerca de um milhão de euros na divida
• Aumento no prazo de pagamentos
• Ruptura de tesouraria

E sabendo o que aconteceu em 2010 - Mais uma vez apresentam um orçamento fictício.

Choca-me que coloquem no orçamento este tipo de receitas:

1. Coimas e penalidades
Prevê-se para o Ano 2011 - 497 000 €
Ano 2010 - até há data cobraram-se cerca de 2 000€

2. Execuções fiscais
2011 - 150 000 €
2010 – receita 0 €

3. Saneamento
Prevê-se para 2011 uma receita de € 360.000
2010 até há data receberam cerca de € 140.000


4. Parques eólicos
Prevê-se para 2011 - 186 000 €


5. Na água prevê-se um valor de € 1.173.000? aumento em cerca de 40%?

6. outros alugueres com um aumento injustificado de € 200.000?
ano 2011 – 250.000€
em 2010 tínhamos 50 000 €


7. Nos serviços desportivos
a receita ate 2 Dezembro tinha sido de cerca de 140 000 €
Para o Ano de 2011 – 460 000 €


8. outros transportes
Prevê-se para 2011 uma receita de € 100.000
Em 2010 até há data cobraram-se 0 €
existe alguma explicação para este valor? Eu penso que sim, deverá ser o aluguer dos transportes ás colectividades.

10. receita com a venda de terrenos baixou mas continua muito virtual. Cerca de 4 500 000€

E podería continuar ...

Este executivo passa o tempo a desculpar-se com a conjuntura economica e com o Governo. Concordo em certa parte. Mas não nos podemos estar a desculpar sempre com o mesmo. É necessario criar uma estratégia a médio e longo prazo para darmos um novo rumo a este Concelho. Não é em receitas virtuais, mas em contenção de despesa corrente que está a solução.

O que nos apresentam, é um orçamento virtual e uma listagem de redução ou anulação de actividades (ex. Festival do Vinho, Feira da pêra Rocha, Feira do livro...) e subsídios (colectividades). Isto tudo a curto prazo.

Também nos fala de um PAC (Plano de Austeridade e Contenção).
Mas onde é que está a contenção da Despesa?
Então está a prever-se gastar mais do que se orçamentou em 2010
E está a prever-se gastar mais do que em 2010

A aprovação de um orçamento é um assunto muito grave, pois é baseado no mesmo que são defenidas todas as estratégias de um Concelho.

É possivel criar uma estratégia real para o Concelho do Bombarral!

Falam-nos constantemente que estamos em crise ... e estamos. Que o Governo está a fazer cortes em todos os sectores ... e está.
Mas sempre acreditei que apesar de tudo isso fosse possível fazermos algo, de criarmos um plano de contenção de despesa, de criarmos uma estratégia a médio e logo prazo, que apesar de sacrificar os contribuintes e colectividades víssemos uma luz ao fundo do túnel. Mas não vi isso neste orçamento, nem na nota introdutória e memoria descritiva do que se previa para 2011.

Estive a ler um artigo de como foi possivel certas Câmaras pouparem e como o fizeram. Passo a citar alguns eexemplos dados pois é importante olharmos e aprendermos com bons exemplos

Câmara de Marvão
O primeiro passo para poupar criar uma central de compras. Agora todos os pedidos são centralizados numa secção que averigua se os gastos são pertinentes. Foi assim, de passo em passo, que Marvão reduziu 82% o endividamento líquido num espaço de dois anos.
"...mas que é preciso "definir prioridades e fazer orçamentos realistas e não para inglês ver"...

Ovar
Entre 2007 e 2009, Ovar diminuiu o endividamento 73%.
Alves de Oliveira é presidente desde 2005 e diz que já conseguiu reduzir 50% a dívida global da autarquia - "a um ritmo de 10% por ano". O truque é "uma definição muito clara de objectivos e prioridades". Depois há que "envolver as chefias" no processo. A bem ou a mal. Na avaliação do desempenho dos chefias da câmara há um item muito específico: quanto mais pouparem, melhor classificação têm...

Abrantes
Aqui o endividamento diminuiu 68%. Quando chegou à Câmara de Abrantes, Nelson de Carvalho mudou a chefe da divisão financeira para o gabinete ao lado do seu. "Assumi para mim a gestão financeira e eram feitos pontos de situação quase diários. Tudo o que entrava e saía era monitorizado criteriosamente", ... O autarca garante que nunca deu tréguas ao endividamento.
O que salvou a Câmara de Abrantes da lista negra dos anuários financeiros, explica, foi o facto de ter percebido "muito cedo" que a crise "não era mais uma daquelas que incham, desincham e passam". "Tive a noção de que ia ser a sério e de que ia ter impacto no financiamento das autarquias", conta. Por isso começou a ter "cuidado". ...
Acabou com a "ineficiência nas cobranças", apostou numa gestão previdente e fugiu dos orçamentos fictícios, apostando em boas taxas de execução orçamental. "Trabalhei sempre para ter poupança corrente, que era canalizada para o investimento."