Há anos que se ouve falar em requalificação do Bombarral, mas pouco se tem feito ou não se nota. Com um inverno rigoroso, as chuvadas potenciaram a degradação de prédios devolutos e evidenciaram, ainda mais, o risco de desaparecimento de edifícios que outrora já foram bonitos e que marcaram uma das épocas áureas do Bombarral. É eminente a perca, do pouco que já resta, dos edifícios que têm uma arquitectura de interesse local, e que, recuperados, faziam do Bombarral um lugar mais apetecível para se viver, para se passear e para visitar.
O centro da Vila do Bombarral ficou cada vez mais envelhecido, abandonado, descaracterizado e degradado. Consequência das últimas décadas, a falta de planeamento na requalificação urbana, privilegiou sempre a construção de novos edifícios, colocando de lado a restauração dos edifícios “emblemáticos” já existentes no Bombarral. Exemplos como a antiga loja do Veríssimo Duarte (actual edifício da Caixa Agrícola), da antiga loja Laura na rua Luis de Camões ou a casa em frente à sede do Bombarralense (actual prédio forrado a xisto preto), são exemplos que mais despertaram as sensibilidades dos bombarralenses, nos casos mais recentes. Gradualmente outros edifícios, com mais ou mesmo valor histórico e arquitectónico, foram-se deteriorando e infelizmente, ou caem por si ou são demolidos pelos proprietários. Seja como for, a demolição em detrimento da restauração tem sido uma constante.
O último caso foi o desaparecimento da casa junto à Rodoviária e que fazia “frente” à estação da CP… Aliás toda esta rua Casimiro da Silva Marques (rua da Estação) é uma rua com um cariz histórico e com um valor patrimonial invulgar na região. O seu enquadramento com a Estação, serviu até de “atracção” para o cenário temporal do filme “Sinais de Fogo” retratando o movimento quotidiano dos anos 30 e 40 (da Figueira da Foz). E não obstante essa rua seja já objecto de qualificação urbana (iniciado em mandatos anteriores), a verdade é que isso não bastou. Os prédios não foram recuperados e até mesmo se deterioraram.
Este tema é tudo menos simples. E nesta complexidade entre Câmara (que deve proteger a identidade e a história da vila) e os proprietários (que são os legítimos responsáveis pelo espaço), para que se consiga efectivamente recuperar esses imóveis e preservar a sua traça original, não bastam leis. Urge haver outras formas criativas de resolução do problema. E entre a inexistência de um programa específico para recuperação, ou de grupos de trabalho focados na resolução do problema junto dos proprietários, cabe-nos alertar que o factor “tempo”, nestes casos, é um elemento crucial.
tal como noutros Concelhos por este Portugal fora fica a recordação de umas fotografias que passado uns anos, alguém se lembra de fazer uma exposição e dizer, esta terra à uns anos era assim... agora, é mais uma entre outras tantas selvas de betão armado que nascem por este Portugal....
ResponderEliminarIsso é verdade, por isso há que tentar chamar a atenção para o que de errado no passado se fez.
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